“Eu amo Trás-os-Montes naquele silêncio das florestas e das estradas afastadas que aguardam ora a neve, ora o pavor do Verão. Amo-o ainda mais quando vejo a cor da terra e a sombra dos seus castelos em ruínas, quando suspeito o fundo dos rios, os recantos junto dos açudes e a altura das árvores. E perco-me desse mal de paixão, quando, de longe, Trás-os-Montes se assemelha vagamente a uma terra prometida aos seus filhos mais distantes, ou mais expulsos, ou mais ignorados, ou mais mortos apenas. E amam-se aquelas árvores porque vêm do interior da terra, justamente, sem invocar a sua antiguidade ou a sua grandiosidade. Ama-se o frio, até, o esplendor das geadas sobre os lameiros, o sabor da comida que nunca perdeu a intensidade nem a razão. E amam-se os rios, os areais, os poços das hortas, as cancelas de madeira que vão perdendo a cor, e talvez se amem o fogo das lareiras, os ramos mais altos dos freixos e das cerejeiras, os jardins abonecados das suas cidades, o granito das casas, o cheiro das aldeias onde ao fim da tarde se chama paz ao silêncio e se dá nome de chuva à água do céu.”
Francisco José Viegas

sexta-feira, 16 de março de 2007

Poemas aos Fidalgos I

Com a devida autorização da autora, a minha mãe, vou passar a publicar alguns dos seus trabalhos sobre a aldeia.




Ó Paradela


Terra sem par


És uma terra linda


Linda de encantar



O Povo de Paradela


Nem é Vila nem Cidade


É uma aldeia pequena


Onde brilha a mocidade



Ó Paradela


Que tanta beleza encerra


Aqui nascida e criada


Serás sempre a minha terra



Ó Paradela


Lugar onde nasci


Quero que todos saibam


Que gosto muito de ti



Ilda dos Reis Cunha 1999





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