“Eu amo Trás-os-Montes naquele silêncio das florestas e das estradas afastadas que aguardam ora a neve, ora o pavor do Verão. Amo-o ainda mais quando vejo a cor da terra e a sombra dos seus castelos em ruínas, quando suspeito o fundo dos rios, os recantos junto dos açudes e a altura das árvores. E perco-me desse mal de paixão, quando, de longe, Trás-os-Montes se assemelha vagamente a uma terra prometida aos seus filhos mais distantes, ou mais expulsos, ou mais ignorados, ou mais mortos apenas. E amam-se aquelas árvores porque vêm do interior da terra, justamente, sem invocar a sua antiguidade ou a sua grandiosidade. Ama-se o frio, até, o esplendor das geadas sobre os lameiros, o sabor da comida que nunca perdeu a intensidade nem a razão. E amam-se os rios, os areais, os poços das hortas, as cancelas de madeira que vão perdendo a cor, e talvez se amem o fogo das lareiras, os ramos mais altos dos freixos e das cerejeiras, os jardins abonecados das suas cidades, o granito das casas, o cheiro das aldeias onde ao fim da tarde se chama paz ao silêncio e se dá nome de chuva à água do céu.”
Francisco José Viegas

sexta-feira, 23 de março de 2007

Poemas aos Fidalgos II

Uma história vou contar

Paradela é uma aldeia pequenina

Mas com muita alegria

E de gente bem popular.

De uma família muito grande

Pois éramos doze irmãos

Somos amigos uns dos outros

E todos damos as mãos

Sou a nona da família

Mais três vieram depois

Alem de terem desaparecido dois pequenos

Agora, já com família, desapareceram mais dois

Com grande dor e saudade

Nunca os esqueceremos

Pois fazíamos muitas sociedades

E com eles sempre viveremos

O mesmo acontece com os que estamos

E, como crentes que somos

De todos nos juntarmos um dia

Assim o esperamos

Uma coisa ainda mais

Que nos era muito querida

A alegria, o amor e carinho dos pais

Que era tudo na nossa vida

Que o Senhor lhes agradeça Além

Todos os sacrifícios que passaram

Para criar tantos filhos

Quantas dificuldades e lágrimas pingaram

Deus dê paz às suas almas

E às dos filhos também

Tudo o que nós queremos

É o seu eterno bem

Ilda dos Reis Cunha 1999

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