“Eu amo Trás-os-Montes naquele silêncio das florestas e das estradas afastadas que aguardam ora a neve, ora o pavor do Verão. Amo-o ainda mais quando vejo a cor da terra e a sombra dos seus castelos em ruínas, quando suspeito o fundo dos rios, os recantos junto dos açudes e a altura das árvores. E perco-me desse mal de paixão, quando, de longe, Trás-os-Montes se assemelha vagamente a uma terra prometida aos seus filhos mais distantes, ou mais expulsos, ou mais ignorados, ou mais mortos apenas. E amam-se aquelas árvores porque vêm do interior da terra, justamente, sem invocar a sua antiguidade ou a sua grandiosidade. Ama-se o frio, até, o esplendor das geadas sobre os lameiros, o sabor da comida que nunca perdeu a intensidade nem a razão. E amam-se os rios, os areais, os poços das hortas, as cancelas de madeira que vão perdendo a cor, e talvez se amem o fogo das lareiras, os ramos mais altos dos freixos e das cerejeiras, os jardins abonecados das suas cidades, o granito das casas, o cheiro das aldeias onde ao fim da tarde se chama paz ao silêncio e se dá nome de chuva à água do céu.”
Francisco José Viegas

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Em 3 meses...

A ausência das chuvas nos meses de setembro e outubro interromperam o nascimento dos cogumelos. Os pastos foram também afetados pela falta de água, pelo que os mantimentos na corte dos animais era reforçado; os pastores viam-se obrigados a percorrer maiores distâncias na busca de melhores pastagens.
Por fim e já nos finais de outubro, o Outono tomou o seu carreiro certo, tal como deve ser. A chuva fez-nos companhia durante algumas semanas e com alguma frequência, fazendo com que os ribeiros voltassem de novo ganhar vida com a corrente que começava por levar as primeiras folhas caídas.
As ervas secas deram lugar pastagens verdes; os tortulhos acabariam por perder a vontade de sair da terra, embora tivesse avistado alguns roques há uns dias atrás! Por agora é o frio que reina por estas bandas, suscitando o tempo das matanças.

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