“Eu amo Trás-os-Montes naquele silêncio das florestas e das estradas afastadas que aguardam ora a neve, ora o pavor do Verão. Amo-o ainda mais quando vejo a cor da terra e a sombra dos seus castelos em ruínas, quando suspeito o fundo dos rios, os recantos junto dos açudes e a altura das árvores. E perco-me desse mal de paixão, quando, de longe, Trás-os-Montes se assemelha vagamente a uma terra prometida aos seus filhos mais distantes, ou mais expulsos, ou mais ignorados, ou mais mortos apenas. E amam-se aquelas árvores porque vêm do interior da terra, justamente, sem invocar a sua antiguidade ou a sua grandiosidade. Ama-se o frio, até, o esplendor das geadas sobre os lameiros, o sabor da comida que nunca perdeu a intensidade nem a razão. E amam-se os rios, os areais, os poços das hortas, as cancelas de madeira que vão perdendo a cor, e talvez se amem o fogo das lareiras, os ramos mais altos dos freixos e das cerejeiras, os jardins abonecados das suas cidades, o granito das casas, o cheiro das aldeias onde ao fim da tarde se chama paz ao silêncio e se dá nome de chuva à água do céu.”
Francisco José Viegas
Francisco José Viegas
sexta-feira, 18 de maio de 2012
Banco de jardim
Fiquei ali sentado durante cinco minutos, enquanto programava a máquina fotográfica. Foi uma sensação de estranheza, não por nunca antes me ter sentado neste modesto banco de jardim, mas pelo olhar de quem na rua passava. Estranho mas perfeitamente normal. Único no seu tamanho e feitio, ainda vai satisfazendo quem necessita de um descanso ou uma sombrinha ao ar livre nos dias quentes verão.
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3 comentários:
paulo gostava de saver se este bamco esta do outro lado da capela. emidio obrigado
Fico contente pela tua visita, pelo comentário e pela tua boa memória ! Cumprimentos, Emidio.
Ate o banco ja esta danificado com tantas vidas alheias ali faladas... aai se o banco fala-se...
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