“Eu amo Trás-os-Montes naquele silêncio das florestas e das estradas afastadas que aguardam ora a neve, ora o pavor do Verão. Amo-o ainda mais quando vejo a cor da terra e a sombra dos seus castelos em ruínas, quando suspeito o fundo dos rios, os recantos junto dos açudes e a altura das árvores. E perco-me desse mal de paixão, quando, de longe, Trás-os-Montes se assemelha vagamente a uma terra prometida aos seus filhos mais distantes, ou mais expulsos, ou mais ignorados, ou mais mortos apenas. E amam-se aquelas árvores porque vêm do interior da terra, justamente, sem invocar a sua antiguidade ou a sua grandiosidade. Ama-se o frio, até, o esplendor das geadas sobre os lameiros, o sabor da comida que nunca perdeu a intensidade nem a razão. E amam-se os rios, os areais, os poços das hortas, as cancelas de madeira que vão perdendo a cor, e talvez se amem o fogo das lareiras, os ramos mais altos dos freixos e das cerejeiras, os jardins abonecados das suas cidades, o granito das casas, o cheiro das aldeias onde ao fim da tarde se chama paz ao silêncio e se dá nome de chuva à água do céu.”
Francisco José Viegas

quinta-feira, 17 de agosto de 2006

A História do Nascimento



Paradela de Monforte, aldeia que constitui ela própria uma freguesia, tem a área de 8,53 km2, uma população de 319 habitantes e 346 eleitores. Situa se a uma altitude de cerca de 650 metros e até 31 de Dezembro de 1853, pertenceu ao concelho de Monforte de Rio Livre.

É banhada pelos ribeiros da Cancela e do Torneiro que é atravessado pela Ponte de S. Martinho.

Quanto à origem do topónimo Paradela, algumas opiniões têm surgido, a mais popular é a de " Dois irmãos cavaleiros à maneira de exploradores ou fugitivos da sociedade, toparam um alto donde se lhe deparou o vale de Paradela:
- Que linda e ampla veiga aqui se encontra!
- Pára nela, disse-lhe o outro num gesto de desdém...
- Pois hei-de parar.... e como disseste Pára nela, há-de ser o nome do nosso acampamento.
E daqui veio - dizem os naturais - por mudança do N em D, o nome de Paradela." E daí também os naturais de Paradela se auto-intitularem, Fidalgos de Paradela.

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