Realizou-se no passado dia 5 de Agosto a tradicional festa em honra de Nossa Senhora das Neves.
Após a procissão em volda do adro, realizou-se o tradicional leilão das uvas do andor, a cargo do Domingos Galego, tendo conseguido um valor generoso de 65€ "Ouros".
O Ramo saiu do Bairro do Souto, e ao contrario do ano passado, já tinha o destino traçado, o Bairro do Pombal, para uns ou dos Troganos, para outros, tendo sido entregue na casa da Lucia e do Eliseu. (Márcio, passou mesmo à porta...)
Este ano, por coincidencia de calendário calhou num domingo, mas, nem por isso a tradição do ramo foi a mais animada. Lamentavelmente, não houve ninguém a tocar o acordeão e até o Bino deixou as suas famosas castanholas em casa.
Penso que já é tempo dos Fidalgos olharem para a sua Padroeira de outra forma...
“Eu amo Trás-os-Montes naquele silêncio das florestas e das estradas afastadas que aguardam ora a neve, ora o pavor do Verão. Amo-o ainda mais quando vejo a cor da terra e a sombra dos seus castelos em ruínas, quando suspeito o fundo dos rios, os recantos junto dos açudes e a altura das árvores. E perco-me desse mal de paixão, quando, de longe, Trás-os-Montes se assemelha vagamente a uma terra prometida aos seus filhos mais distantes, ou mais expulsos, ou mais ignorados, ou mais mortos apenas. E amam-se aquelas árvores porque vêm do interior da terra, justamente, sem invocar a sua antiguidade ou a sua grandiosidade. Ama-se o frio, até, o esplendor das geadas sobre os lameiros, o sabor da comida que nunca perdeu a intensidade nem a razão. E amam-se os rios, os areais, os poços das hortas, as cancelas de madeira que vão perdendo a cor, e talvez se amem o fogo das lareiras, os ramos mais altos dos freixos e das cerejeiras, os jardins abonecados das suas cidades, o granito das casas, o cheiro das aldeias onde ao fim da tarde se chama paz ao silêncio e se dá nome de chuva à água do céu.”
Francisco José Viegas
Francisco José Viegas
3 comentários:
Porque o povo aderiu em massa como vem sendo habitual, foi uma pena o Sr. Padre Delmino estar ausente e não haver ninguém à altura para animar a festa.
É mais um motivo de reflexão para as pessoas sobre a alteração da festa da Sra. da Penha para Outubro. É uma perda para a aldeia se deixam morrer esta tradição. A festa da Padroeira era um incentivo à continuidade.
Pois foi! Mesmo ao lado! Olho para as fotos com saudade! Vejo tanta gente, é sinal que o povo apesar de tudo une-se com estas causas, é bonito ver! Já que a festa profana está condenada ao menos que resista a festa e tradição religiosa! E até nisso o Padre não está a colaborar! Mas enfim, nada que os nobres fidalgos de Paradela não estejam habituados, seguramente que a festa se faz com ou sem Padre, basta a alegria do povo pelo facto de mais uma vez o testemunho ter sido passado com sucesso!
Viva a Fidalguia de Paradela!
É verdade que não houve acordeon na festa deste ano, mas pelos vistos foi a pedido da família à qual foi entregue o ramo, sendo assim foi respeitado o LUTO dos mesmos!
Márcio Santos
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