“Eu amo Trás-os-Montes naquele silêncio das florestas e das estradas afastadas que aguardam ora a neve, ora o pavor do Verão. Amo-o ainda mais quando vejo a cor da terra e a sombra dos seus castelos em ruínas, quando suspeito o fundo dos rios, os recantos junto dos açudes e a altura das árvores. E perco-me desse mal de paixão, quando, de longe, Trás-os-Montes se assemelha vagamente a uma terra prometida aos seus filhos mais distantes, ou mais expulsos, ou mais ignorados, ou mais mortos apenas. E amam-se aquelas árvores porque vêm do interior da terra, justamente, sem invocar a sua antiguidade ou a sua grandiosidade. Ama-se o frio, até, o esplendor das geadas sobre os lameiros, o sabor da comida que nunca perdeu a intensidade nem a razão. E amam-se os rios, os areais, os poços das hortas, as cancelas de madeira que vão perdendo a cor, e talvez se amem o fogo das lareiras, os ramos mais altos dos freixos e das cerejeiras, os jardins abonecados das suas cidades, o granito das casas, o cheiro das aldeias onde ao fim da tarde se chama paz ao silêncio e se dá nome de chuva à água do céu.”
Francisco José Viegas

domingo, 15 de novembro de 2009

Noutros tempos...

Da "fonte do ouro", passando pelos "coelhos", "sambrissìmo" até à "rebeirinha". Eram por esses lados onde outrora abundavam vários soutos, seguindo-se uns aos outros.
Paradela já teve o seu auge da castanha, estamos a falar até por volta da década de 40. A partir dessa época tais soutos acabaram por se extinguir, os poucos castanheiros que ainda restam, alguns ainda desse tempo,são os do "ti" Isolino e do "ti" Carolino.

Vários foram os motivos dos quais se deve à sua extinção, entre eles, principalmente o abate, pois naquele tempo o dinheiro era escasso e as famílias viam-se obrigadas a venderem-nos para madeira.
Nessa época produzia-se muita castanha, também centeio e outras pequenas coisas, tais como o linho, daí a palavra "linhar",esses pequenos espaços de cultivo que existem dentro e à beira da povoação.


Quanto à batata, essa, colhia-se muito pouca que, por vezes nem dava para as pessoas se alimentarem dela o ano inteiro. Após a 2ªGuerra Mundial é que começou a ser importada da Europa, mais concretamente da França, em tais quantidades que assim puderam satisfazer as necessidades das pessoas. Pois a batata já existe há muito tempo, sendo ela originária do Perú.


1 comentário:

Helena Teixeira disse...

Olá Fidalgos de Paradela!
As fotos refletem bem a realidade do campo.O texto relembrou-me factos da castanha ser muito usada antigamente,e a batata veio substituí-la.
Ah,venho relembrar o prémio de Agosto da Aldeia.O vencedor Fidalgo ainda não mandou o mail com os seus dados.Esqueceu-se de que tinha vencido a blogagem de Agosto? O prémio é uma refeição no restaurante Área Benta,em Trancoso.Ainda vai a tempo.

Jocas gordas
Lena
da Aldeia