“Eu amo Trás-os-Montes naquele silêncio das florestas e das estradas afastadas que aguardam ora a neve, ora o pavor do Verão. Amo-o ainda mais quando vejo a cor da terra e a sombra dos seus castelos em ruínas, quando suspeito o fundo dos rios, os recantos junto dos açudes e a altura das árvores. E perco-me desse mal de paixão, quando, de longe, Trás-os-Montes se assemelha vagamente a uma terra prometida aos seus filhos mais distantes, ou mais expulsos, ou mais ignorados, ou mais mortos apenas. E amam-se aquelas árvores porque vêm do interior da terra, justamente, sem invocar a sua antiguidade ou a sua grandiosidade. Ama-se o frio, até, o esplendor das geadas sobre os lameiros, o sabor da comida que nunca perdeu a intensidade nem a razão. E amam-se os rios, os areais, os poços das hortas, as cancelas de madeira que vão perdendo a cor, e talvez se amem o fogo das lareiras, os ramos mais altos dos freixos e das cerejeiras, os jardins abonecados das suas cidades, o granito das casas, o cheiro das aldeias onde ao fim da tarde se chama paz ao silêncio e se dá nome de chuva à água do céu.”
Francisco José Viegas

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Cheias na nossa aldeia

Durante esta semana fomos sendo alertados por vários meios de comunicação, inclusive o Márcio aqui no blog, sobre o mau tempo para este fim de semana, nomeadamente para o dia de hoje(sábado).
O dia foi marcado pela intensa chuva e pelo forte vento que se fizeram sentir . Portanto, eu próprio quis avaliar o ponto da situação em alguns sítios mais críticos da nossa aldeia, para poder compartilhar com vocês algumas destas fotos .

Aos "pinheiros", um aluimento de terras no caminho foi uma das consequências das fortes chuvas


A ponte, aos "pinheiros"
Antigos moinhos do "Ti Jaime" moleiro .
No largo do campo a parede que já tinha sido arranjada depois de ter ruído, voltou novamente a vir abaixo ! Na minha opinião, ali deveria levar umas pedras maiores e mais seguras, e não os mesmos ("berdelhos", penso assim fazer-me compreender) com os quais a parede foi reconstruída .
Mais um deslizamento de terras num dos linhares, bem perto do café .
Ao longo de todo o percurso a água transborda, inundando terrenos circundantes .
Acrescento mais esta fotografia,(hoje domingo) visto que ontem já tinha vindo embora quando se deu mais este incidente . Podemos ver aqui o telhado de um armazém que voou literalmente pelos ares, devido ao forte vento !Também decidi ir fazer uma visita ao moinho do torneiro... cascata
onde a água chegou junto ao moinho !
Com alguma dificuldade, devido aos lamaçais e ao nível da água, consegui aceder a alguns pontos estratégicos, e assim ter um bom ângulo fotográfico, ainda assim fiquei com os pés encharcados ! Foi pouca a lembrança de não ter levado umas botas de água .
Não querendo tirar "protagonismo" a ninguém, não quis que o meu trabalho fosse também por água abaixo ... e ainda bem que assim é !

1 comentário:

Márcio Santos disse...

Excelente cobertura!