“Eu amo Trás-os-Montes naquele silêncio das florestas e das estradas afastadas que aguardam ora a neve, ora o pavor do Verão. Amo-o ainda mais quando vejo a cor da terra e a sombra dos seus castelos em ruínas, quando suspeito o fundo dos rios, os recantos junto dos açudes e a altura das árvores. E perco-me desse mal de paixão, quando, de longe, Trás-os-Montes se assemelha vagamente a uma terra prometida aos seus filhos mais distantes, ou mais expulsos, ou mais ignorados, ou mais mortos apenas. E amam-se aquelas árvores porque vêm do interior da terra, justamente, sem invocar a sua antiguidade ou a sua grandiosidade. Ama-se o frio, até, o esplendor das geadas sobre os lameiros, o sabor da comida que nunca perdeu a intensidade nem a razão. E amam-se os rios, os areais, os poços das hortas, as cancelas de madeira que vão perdendo a cor, e talvez se amem o fogo das lareiras, os ramos mais altos dos freixos e das cerejeiras, os jardins abonecados das suas cidades, o granito das casas, o cheiro das aldeias onde ao fim da tarde se chama paz ao silêncio e se dá nome de chuva à água do céu.”
Francisco José Viegas

segunda-feira, 22 de março de 2010

Antigos moinhos

Aqui há uns dias atrás, andava eu a tirar umas fotografias nas proximidades dos antigos moinhos do "Ti Jaime moleiro" e, ao aproximar-me pela suposta entrada principal, nunca antes o fizera por este lado, talvez por estar camuflada de silvas e trepadeiras, reparei que havia umas inscrições em ambos os lados da suposta entrada . Fiquei surpreso, pois nunca antes as tinha visto . Cada pedra tem uma data diferente, agora só não entendo se será, uma data de inicio de construção, e a outra de conclusão ! Será isso ?

A foto em baixo é a mesma, apenas tracejei a escuro as referidas datas e nome para podermos ver melhor .

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