“Eu amo Trás-os-Montes naquele silêncio das florestas e das estradas afastadas que aguardam ora a neve, ora o pavor do Verão. Amo-o ainda mais quando vejo a cor da terra e a sombra dos seus castelos em ruínas, quando suspeito o fundo dos rios, os recantos junto dos açudes e a altura das árvores. E perco-me desse mal de paixão, quando, de longe, Trás-os-Montes se assemelha vagamente a uma terra prometida aos seus filhos mais distantes, ou mais expulsos, ou mais ignorados, ou mais mortos apenas. E amam-se aquelas árvores porque vêm do interior da terra, justamente, sem invocar a sua antiguidade ou a sua grandiosidade. Ama-se o frio, até, o esplendor das geadas sobre os lameiros, o sabor da comida que nunca perdeu a intensidade nem a razão. E amam-se os rios, os areais, os poços das hortas, as cancelas de madeira que vão perdendo a cor, e talvez se amem o fogo das lareiras, os ramos mais altos dos freixos e das cerejeiras, os jardins abonecados das suas cidades, o granito das casas, o cheiro das aldeias onde ao fim da tarde se chama paz ao silêncio e se dá nome de chuva à água do céu.”
Francisco José Viegas

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Sabugueiro em flor

É muito comum encontrarmos esta árvore nos meios rurais, facilitando à população a recolha da flor de sabugueiro, que por características medicinais, quase todas as partes desta árvore/arbusto serem indicadas para múltiplos usos .
Na nossa terra ainda vai havendo alguns fidalgos que se preocupam em arranjar uns raminhos de flor para depois por a secar, com a finalidade de fazer um bom chá quentinho . Não só por a nossa saúde às vezes andar um pouco em baixo, penso que se deveria tomar mais amiúde este bebida reconfortante . O uso do sabugueiro deve ser feito com a planta seca, pois a fresca pode se tornar tóxica . Se pensarmos colher alguma desta flor, a altura indicada é agora, (para os supersticiosos) convém cortá-las na véspera ou no dia de S.João; dizem que é para ter a bênção do Santo .
As fotos foram tiradas na eira ao campo .

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