“Eu amo Trás-os-Montes naquele silêncio das florestas e das estradas afastadas que aguardam ora a neve, ora o pavor do Verão. Amo-o ainda mais quando vejo a cor da terra e a sombra dos seus castelos em ruínas, quando suspeito o fundo dos rios, os recantos junto dos açudes e a altura das árvores. E perco-me desse mal de paixão, quando, de longe, Trás-os-Montes se assemelha vagamente a uma terra prometida aos seus filhos mais distantes, ou mais expulsos, ou mais ignorados, ou mais mortos apenas. E amam-se aquelas árvores porque vêm do interior da terra, justamente, sem invocar a sua antiguidade ou a sua grandiosidade. Ama-se o frio, até, o esplendor das geadas sobre os lameiros, o sabor da comida que nunca perdeu a intensidade nem a razão. E amam-se os rios, os areais, os poços das hortas, as cancelas de madeira que vão perdendo a cor, e talvez se amem o fogo das lareiras, os ramos mais altos dos freixos e das cerejeiras, os jardins abonecados das suas cidades, o granito das casas, o cheiro das aldeias onde ao fim da tarde se chama paz ao silêncio e se dá nome de chuva à água do céu.”
Francisco José Viegas

domingo, 18 de julho de 2010

"Duas em uma"



Enquanto decorria o aterro no recinto da Srª da Penha e à passagem do rebanho do sr Octávio, presumo que um dos seus cães, guardadores do rebanho, terá extraviado uma das minhas sapatilhas !
Extraída algures às fontes e os poucos minutos de viagem em que a terra era transportada, esta ainda se mantinha fresca e fofa ao espalhá-la . Dados estes factos e não querendo estragar as sapatilhas por ainda terem "poucos quilómetros", incentivaram-me a descalçá-las .

Agradecia a quem a encontrasse(algures à Srª da Penha, penso eu) de ter a gentileza de me informar, pois será recompensado .

Características: cor castanha e de marca geox .
Para me servir de lição, em não guardá-las em local seguro, vim para casa com um pé descalço !

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