“Eu amo Trás-os-Montes naquele silêncio das florestas e das estradas afastadas que aguardam ora a neve, ora o pavor do Verão. Amo-o ainda mais quando vejo a cor da terra e a sombra dos seus castelos em ruínas, quando suspeito o fundo dos rios, os recantos junto dos açudes e a altura das árvores. E perco-me desse mal de paixão, quando, de longe, Trás-os-Montes se assemelha vagamente a uma terra prometida aos seus filhos mais distantes, ou mais expulsos, ou mais ignorados, ou mais mortos apenas. E amam-se aquelas árvores porque vêm do interior da terra, justamente, sem invocar a sua antiguidade ou a sua grandiosidade. Ama-se o frio, até, o esplendor das geadas sobre os lameiros, o sabor da comida que nunca perdeu a intensidade nem a razão. E amam-se os rios, os areais, os poços das hortas, as cancelas de madeira que vão perdendo a cor, e talvez se amem o fogo das lareiras, os ramos mais altos dos freixos e das cerejeiras, os jardins abonecados das suas cidades, o granito das casas, o cheiro das aldeias onde ao fim da tarde se chama paz ao silêncio e se dá nome de chuva à água do céu.”
Francisco José Viegas

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Crocus

Esta flor que eu encontrei bem próxima da aldeia tem o nome de açafrão, em termos científicos é designada por crocus sativus . É uma planta da família das iridáceas, da qual se extrai uma especiaria muito apreciada, cujo nome é o mesmo que a planta tem . Das suas flores, apenas é extraído os estigmas e os estiletes . São necessárias cerca de 100 mil flores para a obtenção de um quilo desta especiaria, também ela muito cara .
As flores selvagens nesta época do ano são escassas, daí o meu interesse em fotografá-las . Esta bonita imagem faz-me lembrar a Primavera, no entanto, o "clic" da máquina foi a 16 de Outubro !

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