“Eu amo Trás-os-Montes naquele silêncio das florestas e das estradas afastadas que aguardam ora a neve, ora o pavor do Verão. Amo-o ainda mais quando vejo a cor da terra e a sombra dos seus castelos em ruínas, quando suspeito o fundo dos rios, os recantos junto dos açudes e a altura das árvores. E perco-me desse mal de paixão, quando, de longe, Trás-os-Montes se assemelha vagamente a uma terra prometida aos seus filhos mais distantes, ou mais expulsos, ou mais ignorados, ou mais mortos apenas. E amam-se aquelas árvores porque vêm do interior da terra, justamente, sem invocar a sua antiguidade ou a sua grandiosidade. Ama-se o frio, até, o esplendor das geadas sobre os lameiros, o sabor da comida que nunca perdeu a intensidade nem a razão. E amam-se os rios, os areais, os poços das hortas, as cancelas de madeira que vão perdendo a cor, e talvez se amem o fogo das lareiras, os ramos mais altos dos freixos e das cerejeiras, os jardins abonecados das suas cidades, o granito das casas, o cheiro das aldeias onde ao fim da tarde se chama paz ao silêncio e se dá nome de chuva à água do céu.”
Francisco José Viegas

domingo, 19 de dezembro de 2010

Últimos dias de Outono

Nesta tarde de sábado fui até à aldeia, embora, o nevoeiro envolto na montanha não era muito convidativo, já que na "cidade", o sol nos aprisionava ! Paradela, afinal, escondeu-se na neblina durante a manhã, pois a tarde era brindada com bonitos raios de sol, anunciando a partida do Outono .

Uma "marquise" virada para o sol; efeito-estufa .

É quase Natal

Ainda esperei pelo cair da noite, no intento de poder fotografar algumas casas decoradas com luzinhas de Natal a piscarem . Apenas, alguma meia dezena de lares( principio da noite) me davam a sensação de estar na época natalícia, e das que estavam com estes adornos, apenas uma salpicava bonitas cores de várias tonalidades, casa do fidalgo Damaceno .

O sol lá se vai, a noite vem num instante, as temperaturas desceram, o ar frio que se fazia sentir piorava à medida que o nevoeiro descia lentamente encosta abaixo, em direcção à aldeia .

Lá longe, a bolideira e o castelo de Monforte não se vêem, o nevoeiro esconde as zonas mais altas .
Uma boa semana para todos !
Fotos: duas últimas, tiradas ao pinheiro .

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