“Eu amo Trás-os-Montes naquele silêncio das florestas e das estradas afastadas que aguardam ora a neve, ora o pavor do Verão. Amo-o ainda mais quando vejo a cor da terra e a sombra dos seus castelos em ruínas, quando suspeito o fundo dos rios, os recantos junto dos açudes e a altura das árvores. E perco-me desse mal de paixão, quando, de longe, Trás-os-Montes se assemelha vagamente a uma terra prometida aos seus filhos mais distantes, ou mais expulsos, ou mais ignorados, ou mais mortos apenas. E amam-se aquelas árvores porque vêm do interior da terra, justamente, sem invocar a sua antiguidade ou a sua grandiosidade. Ama-se o frio, até, o esplendor das geadas sobre os lameiros, o sabor da comida que nunca perdeu a intensidade nem a razão. E amam-se os rios, os areais, os poços das hortas, as cancelas de madeira que vão perdendo a cor, e talvez se amem o fogo das lareiras, os ramos mais altos dos freixos e das cerejeiras, os jardins abonecados das suas cidades, o granito das casas, o cheiro das aldeias onde ao fim da tarde se chama paz ao silêncio e se dá nome de chuva à água do céu.”
Francisco José Viegas

terça-feira, 29 de maio de 2012

Neste último domingo de Maio fiz um curto passeio que me levou a ver se ainda sobravam cerejas para provar, já que a passarada, astuta, não espera por intrusos. Contando a fatia das aves, ainda há cerejas para mais 3 ou 4 dias, o que deu para apanhar um "fartote". Pelo caminho fui tirando algumas fotografias, incluindo esta que nos dá uma boa percepção de que a primavera se encontra no auge. A flor das giestas com o seu amarelo torrado realça bem no meio da outra vegetação. Espero que no próximo dia 7 ainda haja giestas floridas, já que no ano passado, embora um pouco mais tarde, 15 dias, no dia do Corpo de Deus não restava nada.
Também no passado domingo(último de Maio) realizou-se o tradicional leilão em frente à capela no centro da aldeia, onde são expostos e leiloados alguns produtos de género alimentar da nossa aldeia e frutos característicos da época. Não assisti ao leilão, baseio-me simplesmente pelo meu conhecimento em anos anteriores. O dinheiro conseguido neste ritual reverte para a Nª Srª do Rosário.

1 comentário:

Óscar Santos disse...

Que linda foto! A Primavera, para mim pessoalmente, a mais bela estação do ano. O rejuvenescimento de todos os seres vivos, o colorido a perder de vista que salta aos nossos olhos, emoções únicas, que nos ocupam a mente e o corpo de felicidade. Aquela felicidade de criança em que tudo é admirável e belo aos nossos olhos! Saudades do tempo que saltava como o Diogo nesta foto, pelos verdejantes campos floridos da nossa aldeia!