“Eu amo Trás-os-Montes naquele silêncio das florestas e das estradas afastadas que aguardam ora a neve, ora o pavor do Verão. Amo-o ainda mais quando vejo a cor da terra e a sombra dos seus castelos em ruínas, quando suspeito o fundo dos rios, os recantos junto dos açudes e a altura das árvores. E perco-me desse mal de paixão, quando, de longe, Trás-os-Montes se assemelha vagamente a uma terra prometida aos seus filhos mais distantes, ou mais expulsos, ou mais ignorados, ou mais mortos apenas. E amam-se aquelas árvores porque vêm do interior da terra, justamente, sem invocar a sua antiguidade ou a sua grandiosidade. Ama-se o frio, até, o esplendor das geadas sobre os lameiros, o sabor da comida que nunca perdeu a intensidade nem a razão. E amam-se os rios, os areais, os poços das hortas, as cancelas de madeira que vão perdendo a cor, e talvez se amem o fogo das lareiras, os ramos mais altos dos freixos e das cerejeiras, os jardins abonecados das suas cidades, o granito das casas, o cheiro das aldeias onde ao fim da tarde se chama paz ao silêncio e se dá nome de chuva à água do céu.”
Francisco José Viegas

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Paradela de Luto

Foto: Paradela está de luto. Partiu um dos Fidalgos mais beneméritos da aldeia. Que descanse em paz.Partiu o tio Manuel, conhecido entre nós pelo "tio Brasileiro" por residir no Rio de Janeiro, mas sempre com o coração na terra que o viu nascer  e para a qual manifestou vontade de voltar após a sua morte. A devoção à Senhora da Penha vinda do país que o acolheu por outro conterrâneo, fez dele o maior benemérito da aldeia nos últimos tempos.  Paradela perde, desta forma, um amigo que, embora longe, teve os fidalgos sempre no coração.  Em nome de todos os Fidalgos de Paradela, OBRIGADA! Até sempre!

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