“Eu amo Trás-os-Montes naquele silêncio das florestas e das estradas afastadas que aguardam ora a neve, ora o pavor do Verão. Amo-o ainda mais quando vejo a cor da terra e a sombra dos seus castelos em ruínas, quando suspeito o fundo dos rios, os recantos junto dos açudes e a altura das árvores. E perco-me desse mal de paixão, quando, de longe, Trás-os-Montes se assemelha vagamente a uma terra prometida aos seus filhos mais distantes, ou mais expulsos, ou mais ignorados, ou mais mortos apenas. E amam-se aquelas árvores porque vêm do interior da terra, justamente, sem invocar a sua antiguidade ou a sua grandiosidade. Ama-se o frio, até, o esplendor das geadas sobre os lameiros, o sabor da comida que nunca perdeu a intensidade nem a razão. E amam-se os rios, os areais, os poços das hortas, as cancelas de madeira que vão perdendo a cor, e talvez se amem o fogo das lareiras, os ramos mais altos dos freixos e das cerejeiras, os jardins abonecados das suas cidades, o granito das casas, o cheiro das aldeias onde ao fim da tarde se chama paz ao silêncio e se dá nome de chuva à água do céu.”
Francisco José Viegas
2 comentários:
Olá caros Fidalgos da Paradela!
As festas de verão estão a acabar e a ver vamos quem vai ficar no podium... à porta das famosas vindimas. Essas fotografias ilustram bem o que nos espera em Setembro no campo... Muitas histórias à volta das colheitas, das pipas haverá concerteza...
Desafio os fidalgos a participarem na próxima blogagem sobre vinhos e vindimas da vossa aldeia.
Ficarei a aguadar por vocês at´8 de Setembro.
Um doce Setembro para todos!
Abraço, Susana Falhas
Já fijeste o arreigue Kiko..
- o meu sharmento já as arreigou pra adega, até já lhe deitou o tubarito..
Enviar um comentário