“Eu amo Trás-os-Montes naquele silêncio das florestas e das estradas afastadas que aguardam ora a neve, ora o pavor do Verão. Amo-o ainda mais quando vejo a cor da terra e a sombra dos seus castelos em ruínas, quando suspeito o fundo dos rios, os recantos junto dos açudes e a altura das árvores. E perco-me desse mal de paixão, quando, de longe, Trás-os-Montes se assemelha vagamente a uma terra prometida aos seus filhos mais distantes, ou mais expulsos, ou mais ignorados, ou mais mortos apenas. E amam-se aquelas árvores porque vêm do interior da terra, justamente, sem invocar a sua antiguidade ou a sua grandiosidade. Ama-se o frio, até, o esplendor das geadas sobre os lameiros, o sabor da comida que nunca perdeu a intensidade nem a razão. E amam-se os rios, os areais, os poços das hortas, as cancelas de madeira que vão perdendo a cor, e talvez se amem o fogo das lareiras, os ramos mais altos dos freixos e das cerejeiras, os jardins abonecados das suas cidades, o granito das casas, o cheiro das aldeias onde ao fim da tarde se chama paz ao silêncio e se dá nome de chuva à água do céu.”
Francisco José Viegas

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Lá para os lados do torneiro...

Um dia destes fui dar uma volta pelo torneiro,aproveitando assim para tirar algumas fotos. Sei que muitos de vocês não passam por ali há já algum tempo,ficam então aqui estas imagens...

2 comentários:

Márcio Santos disse...

Muito bem! A beleza selvagem da nossa terra! Gosto em particular das primeiras imagens! Recordo que no tempo de estudante vi com a minha mãe 3 corsos entre Paradela e Vila Frade, nunca vou esquecer essa imagem! Cabe a todos nós preservar aquilo que é de todos! A natureza!

Paulo F. disse...

Muto bem dito, amigo Marcio ! Por vezes nem sempre assim é...pelo menos preservar aquilo que é nosso, ao menos.................