“Eu amo Trás-os-Montes naquele silêncio das florestas e das estradas afastadas que aguardam ora a neve, ora o pavor do Verão. Amo-o ainda mais quando vejo a cor da terra e a sombra dos seus castelos em ruínas, quando suspeito o fundo dos rios, os recantos junto dos açudes e a altura das árvores. E perco-me desse mal de paixão, quando, de longe, Trás-os-Montes se assemelha vagamente a uma terra prometida aos seus filhos mais distantes, ou mais expulsos, ou mais ignorados, ou mais mortos apenas. E amam-se aquelas árvores porque vêm do interior da terra, justamente, sem invocar a sua antiguidade ou a sua grandiosidade. Ama-se o frio, até, o esplendor das geadas sobre os lameiros, o sabor da comida que nunca perdeu a intensidade nem a razão. E amam-se os rios, os areais, os poços das hortas, as cancelas de madeira que vão perdendo a cor, e talvez se amem o fogo das lareiras, os ramos mais altos dos freixos e das cerejeiras, os jardins abonecados das suas cidades, o granito das casas, o cheiro das aldeias onde ao fim da tarde se chama paz ao silêncio e se dá nome de chuva à água do céu.”
Francisco José Viegas

sábado, 26 de dezembro de 2009

Imagens de Paradela

Aos nabais da veiga existe uma rua, desconhecida ainda de alguns fidalgos, penso que é a rua mais recente cartografada .
Capela de Nossa Srª da Penha vista desde a meio do escadario .

Depois da chuva intensa que tem caído e devido às nevadas nestes últimos dias, junto à rua, uma parede no bairro do campo desmoronou-se .

Também o caudal dos ribeiros subiu significativamente, (con)sequência lógica das chuvas .
(Ponte do regueirinho .)
Ao amedo, fiquei com os pés colados ao alcatrão derretido !

Já neste lugar, bem no meio do ribeiro, deparei-me com uma velha carroça a servir de "tornadouro" de água . O autor deste trabalho teve bastante criatividade !
Pena as rodas não serem biodegradáveis...

Ponte do ribeiro de cima ao campo .

E já agora, sabem onde fica esta casa fidalga ?


Por volta das dezassete horas, aproveitei para fotografar o pôr-do-sol, visto da nossa aldeia, ao campo .

3 comentários:

Anónimo disse...

Aposto que a casa é no Bairro do Campo e, pela varanda, deve ser a casa do "Tautas"

Paulo Ferreira disse...

Não, não é . Mas não estiveste muito longe...

Anónimo disse...

Infelizmente a falta de civismo ainda é um problema em Paradela! É pena o ribeiro continuar a servir de caixote de lixo a muita gente, o que vale é que as enxurradas vão limpando o que para lá mandam, mas vai ser preciso bem mais que uma enxurrada para levar as rodas da carroça! Um apelo: Não deitem lixo ao nosso ribeiro!