“Eu amo Trás-os-Montes naquele silêncio das florestas e das estradas afastadas que aguardam ora a neve, ora o pavor do Verão. Amo-o ainda mais quando vejo a cor da terra e a sombra dos seus castelos em ruínas, quando suspeito o fundo dos rios, os recantos junto dos açudes e a altura das árvores. E perco-me desse mal de paixão, quando, de longe, Trás-os-Montes se assemelha vagamente a uma terra prometida aos seus filhos mais distantes, ou mais expulsos, ou mais ignorados, ou mais mortos apenas. E amam-se aquelas árvores porque vêm do interior da terra, justamente, sem invocar a sua antiguidade ou a sua grandiosidade. Ama-se o frio, até, o esplendor das geadas sobre os lameiros, o sabor da comida que nunca perdeu a intensidade nem a razão. E amam-se os rios, os areais, os poços das hortas, as cancelas de madeira que vão perdendo a cor, e talvez se amem o fogo das lareiras, os ramos mais altos dos freixos e das cerejeiras, os jardins abonecados das suas cidades, o granito das casas, o cheiro das aldeias onde ao fim da tarde se chama paz ao silêncio e se dá nome de chuva à água do céu.”
Francisco José Viegas

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Fogueira de Ano Novo

Como é a tradição quem manda, mais uma vez se fez a fogueira de Ano Novo no largo do Santinho.
Para fazer a fogueira, de dia a rapaziada reúne-se de alguns voluntários e lá vão eles de tractor pelo termo de Paradela, em busca de lenha e algumas "canhotas" velhas. Com a lenha empilhada já no seu devido lugar, basta um pouco de óleo queimado para ajudar a atear o fogo. Pois este ano a lenha está muito molhada .

O espírito de ajuda nesta tarefa é sempre feita com vontade redobrada dos que se dispõem a ajudar a compor a fogueira de Ano Novo, que durará apesar da chuva, até ao dia seguinte.


Ali ao lado da fogueira, as instalações da antiga ordenha, continuam a servir de palco para o baile de Fim de Ano. Como já foi dito aqui neste blog, também eu penso que este espaço podia ter melhor aproveitamento...

Um bom Ano !

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