“Eu amo Trás-os-Montes naquele silêncio das florestas e das estradas afastadas que aguardam ora a neve, ora o pavor do Verão. Amo-o ainda mais quando vejo a cor da terra e a sombra dos seus castelos em ruínas, quando suspeito o fundo dos rios, os recantos junto dos açudes e a altura das árvores. E perco-me desse mal de paixão, quando, de longe, Trás-os-Montes se assemelha vagamente a uma terra prometida aos seus filhos mais distantes, ou mais expulsos, ou mais ignorados, ou mais mortos apenas. E amam-se aquelas árvores porque vêm do interior da terra, justamente, sem invocar a sua antiguidade ou a sua grandiosidade. Ama-se o frio, até, o esplendor das geadas sobre os lameiros, o sabor da comida que nunca perdeu a intensidade nem a razão. E amam-se os rios, os areais, os poços das hortas, as cancelas de madeira que vão perdendo a cor, e talvez se amem o fogo das lareiras, os ramos mais altos dos freixos e das cerejeiras, os jardins abonecados das suas cidades, o granito das casas, o cheiro das aldeias onde ao fim da tarde se chama paz ao silêncio e se dá nome de chuva à água do céu.”
Francisco José Viegas

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Quem não se lembra da bica no bairro do Souto ?
Não, não estou a falar do antigo café do Sr Domingos Barroso ou das bicas que lá se tomavam. Falo sim, daquele chafariz, agora inexistente, mesmo à entrada do bairro junto à rua .


A bica ficava ao mesmo nível da rua, descia-se umas escadinhas e, mesmo em frente, aí estavam as duas bicas .
Anos mais tarde, esta como muitas outras fontes deixaram de ter grande utilidade, talvez por isso é que foi soterrada ou devido ao facto de que quando havia enxurradas ficava sempre submersa . Pena não possuir imagens da própria para melhor a recordarmos .

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