“Eu amo Trás-os-Montes naquele silêncio das florestas e das estradas afastadas que aguardam ora a neve, ora o pavor do Verão. Amo-o ainda mais quando vejo a cor da terra e a sombra dos seus castelos em ruínas, quando suspeito o fundo dos rios, os recantos junto dos açudes e a altura das árvores. E perco-me desse mal de paixão, quando, de longe, Trás-os-Montes se assemelha vagamente a uma terra prometida aos seus filhos mais distantes, ou mais expulsos, ou mais ignorados, ou mais mortos apenas. E amam-se aquelas árvores porque vêm do interior da terra, justamente, sem invocar a sua antiguidade ou a sua grandiosidade. Ama-se o frio, até, o esplendor das geadas sobre os lameiros, o sabor da comida que nunca perdeu a intensidade nem a razão. E amam-se os rios, os areais, os poços das hortas, as cancelas de madeira que vão perdendo a cor, e talvez se amem o fogo das lareiras, os ramos mais altos dos freixos e das cerejeiras, os jardins abonecados das suas cidades, o granito das casas, o cheiro das aldeias onde ao fim da tarde se chama paz ao silêncio e se dá nome de chuva à água do céu.”
Francisco José Viegas

sábado, 26 de junho de 2010

Numa noite...

Numa destas noites, a meio da semana, cerca das 21 e 30 tirei estas fotografias . É notório o invisível movimento de pessoas e automóveis na noite calma e serena, em que só se sentia uma pequena brisa no rosto, e que vai aguardando pacientemente por dias mais irrequietos . Sim! Referimo-nos aos nossos emigrantes, que com o plano de férias em mente muitos regressarão às suas origens . Desde então, aí tudo terá mais movimento; os carros de matricula estrangeira, grupos de pessoas, onde os mais novos vão contando novidades com os que por cá ficaram; os risos e os gritos das brincadeiras das crianças que vão quebrando o silêncio ensurdecedor nas noites de verão . É o reencontro de familias e amigos .
Entrei no tasco, três/quatro fidalgos enchiam a sala, tomei café, olhei para o relógio, pouco depois saí .

De caminho para a cidade, onde o dever me espera, optei por mais uma pausa e tirar esta bonita foto em frente ao nicho de Nossa Srª da Boa Viagem que, num pensamento rogativo, desejei uma boa viagem a todos os emigrantes, não fosse um movimento brusco assustar o gato, que sob o seu olhar atento ia-se escondendo trás do poste de iluminação !


A todos os emigrantes desejamos uma viagem segura .

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