“Eu amo Trás-os-Montes naquele silêncio das florestas e das estradas afastadas que aguardam ora a neve, ora o pavor do Verão. Amo-o ainda mais quando vejo a cor da terra e a sombra dos seus castelos em ruínas, quando suspeito o fundo dos rios, os recantos junto dos açudes e a altura das árvores. E perco-me desse mal de paixão, quando, de longe, Trás-os-Montes se assemelha vagamente a uma terra prometida aos seus filhos mais distantes, ou mais expulsos, ou mais ignorados, ou mais mortos apenas. E amam-se aquelas árvores porque vêm do interior da terra, justamente, sem invocar a sua antiguidade ou a sua grandiosidade. Ama-se o frio, até, o esplendor das geadas sobre os lameiros, o sabor da comida que nunca perdeu a intensidade nem a razão. E amam-se os rios, os areais, os poços das hortas, as cancelas de madeira que vão perdendo a cor, e talvez se amem o fogo das lareiras, os ramos mais altos dos freixos e das cerejeiras, os jardins abonecados das suas cidades, o granito das casas, o cheiro das aldeias onde ao fim da tarde se chama paz ao silêncio e se dá nome de chuva à água do céu.”
Francisco José Viegas
Francisco José Viegas
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5 comentários:
Ja chorei...
As saudades ja apertam...
Muito bonito!
eih sr paulo.nao foste ver as mulheres a fazer o folar.queremos fotos do folar.ja que nao podemos ir ai come lo ao menos vemos fotos
EMIDIO ANDORRA aver primo eses folares tao recheios e apetitosos
Olá amigos fidalgos ! Sexta-feira passada fui à aldeia a pedido dos meus pais para lhes ajudar retirar um móvel do sítio . Como não fui só, não levei o meu carro. Infelizmente não me fiz acompanhar da máquina fotográfica . Nem eu sabia que a minha mãe tinha feito os folares nessa manhã ! O tempo que tive nestes dias na aldeia foi muito pouco, inclusive, fui à aldeia de manhã cedo, domingo, de propósito para fazer este vídeo, voltando lá, ao fim da tarde e jantar com a família, tive que dividir o dia !
Que bonito!
Vídeo feito com a sensibilidade de quem tem amor pelo que faz.
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