“Eu amo Trás-os-Montes naquele silêncio das florestas e das estradas afastadas que aguardam ora a neve, ora o pavor do Verão. Amo-o ainda mais quando vejo a cor da terra e a sombra dos seus castelos em ruínas, quando suspeito o fundo dos rios, os recantos junto dos açudes e a altura das árvores. E perco-me desse mal de paixão, quando, de longe, Trás-os-Montes se assemelha vagamente a uma terra prometida aos seus filhos mais distantes, ou mais expulsos, ou mais ignorados, ou mais mortos apenas. E amam-se aquelas árvores porque vêm do interior da terra, justamente, sem invocar a sua antiguidade ou a sua grandiosidade. Ama-se o frio, até, o esplendor das geadas sobre os lameiros, o sabor da comida que nunca perdeu a intensidade nem a razão. E amam-se os rios, os areais, os poços das hortas, as cancelas de madeira que vão perdendo a cor, e talvez se amem o fogo das lareiras, os ramos mais altos dos freixos e das cerejeiras, os jardins abonecados das suas cidades, o granito das casas, o cheiro das aldeias onde ao fim da tarde se chama paz ao silêncio e se dá nome de chuva à água do céu.”
Francisco José Viegas

sexta-feira, 13 de maio de 2011

O noveleiro.

Ali vive encostado ao morro, o noveleiro abre os braços e exibe seus novelos a quem passa. Convive em harmonia a lado de seu vizinho sabugueiro e passa o tempo a fazer o que melhor sabe, ao som do borbulhar da água que corre no leito de um ribeiro . É o único existente na aldeia que tenha tal proporção !

2 comentários:

Óscar Santos disse...

Acho que ainda existe um Noveleiro,ao Torneiro, na terra do meu falecido avô Amadeu, junto de uma poça ali existente, muito velhinho, é uma árvore com uma flor muito bonita, muito interessante, de aspecto e beleza únicos.

Diana Neves disse...

Muito bonito!! Temos que preservar a Natureza pois maravilhas como estas já há poucas e a escassez é cada vez maior :)