“Eu amo Trás-os-Montes naquele silêncio das florestas e das estradas afastadas que aguardam ora a neve, ora o pavor do Verão. Amo-o ainda mais quando vejo a cor da terra e a sombra dos seus castelos em ruínas, quando suspeito o fundo dos rios, os recantos junto dos açudes e a altura das árvores. E perco-me desse mal de paixão, quando, de longe, Trás-os-Montes se assemelha vagamente a uma terra prometida aos seus filhos mais distantes, ou mais expulsos, ou mais ignorados, ou mais mortos apenas. E amam-se aquelas árvores porque vêm do interior da terra, justamente, sem invocar a sua antiguidade ou a sua grandiosidade. Ama-se o frio, até, o esplendor das geadas sobre os lameiros, o sabor da comida que nunca perdeu a intensidade nem a razão. E amam-se os rios, os areais, os poços das hortas, as cancelas de madeira que vão perdendo a cor, e talvez se amem o fogo das lareiras, os ramos mais altos dos freixos e das cerejeiras, os jardins abonecados das suas cidades, o granito das casas, o cheiro das aldeias onde ao fim da tarde se chama paz ao silêncio e se dá nome de chuva à água do céu.”
Francisco José Viegas

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Relembrando

3 comentários:

Anónimo disse...

Venham mais desses, quanto mais antigos melhor! A miudagem é quase irreconhecivel... Gostei !

Óscar Santos disse...

Os anos passam tão depressa!.. Muitas pessoas já partiram, outras o tempo modificou, mas ao ver estas imagens, que, valem mais que mil palavras, recordando esta nossa tradição fidalga, uma tristeza e nostalgia, invadem-me a alma, recordando com saudade o tempo em que a nossa aldeia era cheia de vida e alegria!

Anónimo disse...

Olá Oscar,concordo plenamente contigo! O tempo passa tão depressa que quase nem damos por conta!Deste modo, nada melhor que visualizar fotos e videos para recordar gentes, locais e feitos que vão deixando marca a cada um de nós. Esse transbordar de vida e alegria que a nossa terra evidenciava hà uns anos atrás é sem dúvida comovente. Porém, nem nos podemos queixar muito, em comparação de bastantes aldeias por aí fora ! Devemos sim, ter orgulho da nossa terra, da nossa fidalguia e dos nossos costumes.