“Eu amo Trás-os-Montes naquele silêncio das florestas e das estradas afastadas que aguardam ora a neve, ora o pavor do Verão. Amo-o ainda mais quando vejo a cor da terra e a sombra dos seus castelos em ruínas, quando suspeito o fundo dos rios, os recantos junto dos açudes e a altura das árvores. E perco-me desse mal de paixão, quando, de longe, Trás-os-Montes se assemelha vagamente a uma terra prometida aos seus filhos mais distantes, ou mais expulsos, ou mais ignorados, ou mais mortos apenas. E amam-se aquelas árvores porque vêm do interior da terra, justamente, sem invocar a sua antiguidade ou a sua grandiosidade. Ama-se o frio, até, o esplendor das geadas sobre os lameiros, o sabor da comida que nunca perdeu a intensidade nem a razão. E amam-se os rios, os areais, os poços das hortas, as cancelas de madeira que vão perdendo a cor, e talvez se amem o fogo das lareiras, os ramos mais altos dos freixos e das cerejeiras, os jardins abonecados das suas cidades, o granito das casas, o cheiro das aldeias onde ao fim da tarde se chama paz ao silêncio e se dá nome de chuva à água do céu.”
Francisco José Viegas

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Um agridoce

Aos poucos, tudo regressa à normalidade, o fim do mês de Agosto despede-se, dizendo adeus e até para o ano. As ruas da aldeia tornam-se mais largas para os que cá ficam . É um misto de sentimentos que se manifesta com uma lágrima no canto do olho e um aperto no coração dos nossos emigrantes, que têm de partir para terras mais distantes. Na bagagem, levam recordações sentimentos e esperança, que os acompanharão em mais um ano de labuta .
Eu também já fui emigrante e sei que ninguém ama mais a sua terra do que eles, e para sentir isso basta estar longe .
Um bem haja a eles !

Para além do vídeo já publicado da Festa da Sra. da Penha,  publico outro com uma perspectiva diferente.

1 comentário:

Anónimo disse...

Obrigada Paulo por voltares
Saudações fidalgas
Julita Morais