“Eu amo Trás-os-Montes naquele silêncio das florestas e das estradas afastadas que aguardam ora a neve, ora o pavor do Verão. Amo-o ainda mais quando vejo a cor da terra e a sombra dos seus castelos em ruínas, quando suspeito o fundo dos rios, os recantos junto dos açudes e a altura das árvores. E perco-me desse mal de paixão, quando, de longe, Trás-os-Montes se assemelha vagamente a uma terra prometida aos seus filhos mais distantes, ou mais expulsos, ou mais ignorados, ou mais mortos apenas. E amam-se aquelas árvores porque vêm do interior da terra, justamente, sem invocar a sua antiguidade ou a sua grandiosidade. Ama-se o frio, até, o esplendor das geadas sobre os lameiros, o sabor da comida que nunca perdeu a intensidade nem a razão. E amam-se os rios, os areais, os poços das hortas, as cancelas de madeira que vão perdendo a cor, e talvez se amem o fogo das lareiras, os ramos mais altos dos freixos e das cerejeiras, os jardins abonecados das suas cidades, o granito das casas, o cheiro das aldeias onde ao fim da tarde se chama paz ao silêncio e se dá nome de chuva à água do céu.”
Francisco José Viegas

domingo, 20 de novembro de 2011

Estão por toda a parte

Estas setas indicadoras são o registo visual deixado de provas de BTT que se concretizaram há já algum tempo em toda a área da aldeia e até dentro dela. Considero isto como lixo visual. Para onde quer vamos, damos sempre de caras com estes malditos símbolos. É claro que não tenho nada contra a realização destas provas de bicicleta, antes pelo contrário. É uma boa forma de ocupar o tempo, o exercício físico faz muitíssimo bem e até se recebem troféus! Falo no sentido em que poderiam marcar o percurso a percorrer de outra forma e não esta, como por exemplo fitas sinalizadoras, pois poderiam ser removidas facilmente. A cor reflectora destas marcas está lá e permanecerá por muito mais tempo!

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