Em muitas casas fidalgas, senão na maior parte delas, ainda se engorda o porco, outrora o sustento anual de uma casa nas numerosas famílias que aqui existiam e ainda subsistem, antigamente sustentava-se durante um ano inteiro, para nesta altura o(s) matar. Nos tempos que correm as famílias são em geral bem menos numerosas, mas, apesar disso, continuam-se a manter as tradições, em menor número diga-se, mas permanecem felizmente, apesar do resultado da matança do porco deixar de ser o de alimentar uma “casa” como dantes, para se tornar numa produção de iguarias, alheiras, linguiças, salpicões, os presuntos, etc., para comer em ocasiões mais especiais!
Num destes dias passei numa humilde e bondosa casa fidalga de visita, e lá fui encontrar uma imagem tão bem nossa conhecida, a respectiva “fuga de secagem” com o tradicional fumeiro em fase final de seca, pois a matança do porco havia sido umas semanas antes, tendo sido convidado pelos ilustres moradores a provar essas iguarias, bem, o que posso dizer é que, quer as alheiras ou as linguiças, cortadas da “fuga” para as brasas da lareira, assadinhas, junto ao pote que na ocasião se encontrava na lareira, acompanhadas com pão caseiro, não podia ser outro, e um copo de vinho branco da ultima colheita, aberto da pipa para a ocasião, foi uma merenda sublime em tarde amena de inverno!!
Deixo aqui os meus agradecimentos a tão nobre família, um bem aja e aqui fica a respectiva foto das iguarias! E claro, o desejo de que se mantenham e perdurem as nossas tradições.
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