“Eu amo Trás-os-Montes naquele silêncio das florestas e das estradas afastadas que aguardam ora a neve, ora o pavor do Verão. Amo-o ainda mais quando vejo a cor da terra e a sombra dos seus castelos em ruínas, quando suspeito o fundo dos rios, os recantos junto dos açudes e a altura das árvores. E perco-me desse mal de paixão, quando, de longe, Trás-os-Montes se assemelha vagamente a uma terra prometida aos seus filhos mais distantes, ou mais expulsos, ou mais ignorados, ou mais mortos apenas. E amam-se aquelas árvores porque vêm do interior da terra, justamente, sem invocar a sua antiguidade ou a sua grandiosidade. Ama-se o frio, até, o esplendor das geadas sobre os lameiros, o sabor da comida que nunca perdeu a intensidade nem a razão. E amam-se os rios, os areais, os poços das hortas, as cancelas de madeira que vão perdendo a cor, e talvez se amem o fogo das lareiras, os ramos mais altos dos freixos e das cerejeiras, os jardins abonecados das suas cidades, o granito das casas, o cheiro das aldeias onde ao fim da tarde se chama paz ao silêncio e se dá nome de chuva à água do céu.”
Francisco José Viegas

quinta-feira, 29 de março de 2012

Quaresma

Tempo de reflexão e abstinência para os católicos, a Quaresma(quadragésima no latim) representam os quarentas dias de jejum de Jesus Cristo no deserto para descanso físico e espiritual, antes de principiar o seu ministério apostólico.
Dado o início na quarta-feira de Cinzas( quando encerra a quadra de Carnaval), após a terça-feira Gorda, termina no Sábado Santo, que antecede o dia da comemoração da Ressurreição de Cristo - o Domingo de Páscoa. Se procedermos à contagem destes dias, contaremos mais de quarenta, dado que os domingos não são incluídos, não sendo considerados dias de penitência.
A última semana da Quaresma(Semana Santa) vai do domingo de Ramos( ou domingo da Paixão do Senhor), que comemora a entrada de Cristo em Jerusalém para celebrar a Páscoa Judaica, até ao Sábado Santo, que antecede o Domingo de Páscoa.
Há um ditado popular que até simplifica a contagem das semanas ou domingos: «Ana, Magana, Rebeca, Susana, Lázaro e Ramos, na Páscoa estamos.»
Significa que o próximo domingo é de Ramos. Recordo-me que neste dia havia quem tinha o hábito de (afilhados) levarem um raminho de oliveira aos seus padrinhos e pedir a sua bençâo.

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