“Eu amo Trás-os-Montes naquele silêncio das florestas e das estradas afastadas que aguardam ora a neve, ora o pavor do Verão. Amo-o ainda mais quando vejo a cor da terra e a sombra dos seus castelos em ruínas, quando suspeito o fundo dos rios, os recantos junto dos açudes e a altura das árvores. E perco-me desse mal de paixão, quando, de longe, Trás-os-Montes se assemelha vagamente a uma terra prometida aos seus filhos mais distantes, ou mais expulsos, ou mais ignorados, ou mais mortos apenas. E amam-se aquelas árvores porque vêm do interior da terra, justamente, sem invocar a sua antiguidade ou a sua grandiosidade. Ama-se o frio, até, o esplendor das geadas sobre os lameiros, o sabor da comida que nunca perdeu a intensidade nem a razão. E amam-se os rios, os areais, os poços das hortas, as cancelas de madeira que vão perdendo a cor, e talvez se amem o fogo das lareiras, os ramos mais altos dos freixos e das cerejeiras, os jardins abonecados das suas cidades, o granito das casas, o cheiro das aldeias onde ao fim da tarde se chama paz ao silêncio e se dá nome de chuva à água do céu.”
Francisco José Viegas

sábado, 7 de abril de 2012

As tradições são para conservar !

Sexta-Feira Santa, dia que pertence ao Tríduo Pascal, talvez o mais importante período do ano litúrgico da Igreja Católica. É neste dia em que se contempla o julgamento, paixão, crucificação, morte e sepultura de Jesus Cristo, através dos diversos ritos religiosos. É também o último dia de jejum do período quaresmal. Neste dia, várias famílias aproveitam o feriado (dia santo) para se deslocarem para as suas origens, a fim de participar nas cerimónias pascais, e claro, para o convívio com as suas famílias.

Quanto a tradições, por terras fidalgas, ainda se mantém o sacrifício do cordeiro, para se comemorar a ressurreição de Cristo no domingo de Páscoa, e como não podia deixar de ser o cozer do folar, não haverá de certeza mesa que não o apresente! É nesta quadra o pão de todas as casas transmontanas, talvez mesmo de Portugal!

Aqui ficam algumas imagens deste manjar, cozido durante a tarde desta sexta-feira, e bem recheado que ficou. O tempo frio que se faz sentir por cá, fora de época, ajuda a que desfrutemos novamente da lareira, e com a mesa cheia de folar e o vinho no ponto, até esquecemos a crise!

Como é evidente, devido ao guardar do jejum lá tive de consolar a pança com um sem aditivos (salpicão, linguiça etc..).

Deliciem-se…. Com algumas imagens do processo, desde o tender da massa, até à fase final, bem tostadinhos e saborosos.


Boa Páscoa para todos










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