
Imagem: http://cimodeviladacastanheira.blogs.iol.pt/
Posto isto, tentei encontrar alguma informação que nos pudesse relacionar com a aldeia de Cimo de Vila da Castanheira, qual não é o meu espanto quando encontrei isto:
A aldeia de Cimo de Vila da Castanheira é talvez o povoado mais antigo da região flaviense. Embora não se saiba ao certo qual o primeiro povo que aí se fixou, sabe-se que a existência de um castro (no Alto de S. Sebastião) comprova que mesmo já existia antes de Cristo, pois calcula-se que terá sido construído pelos Celtiberos. Ainda hoje se vêem vestígios do mesmo embora tenha sido destruído já nos finais do século XX.
Mais tarde foi habitada pelos Romanos, e pelos Quarquernios (cuja existência se comprova pela toponímia de locais como «quarquas») os quais participaram na construção da Ponte Romana de Chaves.
Sendo mais tarde habitada pelos Mouros (ver que o Castelo do Mau Vizinho se chama também Castelo dos Mouros) e terá sido reconquistada pelo Conde Odoário, irmão do Rei Afonso III das Astúrias e Presor de Chaves que por seu irmão foi encarregue do povoamento da Galiza e de parte do Condado Portucalense, e terá sido no tempo do Conde que foi construída a torre que se encontra junto à igreja românica de S. João Baptista.
Com a instauração da nacionalidade Cimo de Vila passou a ser reitoria do 1.º conde de Atouguia, guarda-mor da Vila de Chaves, e posteriormente dos outros condes de Atouguia, até que foi incorporada no concelho de Monforte de Rio Livre, em 1759 e posteriormente no concelho de Chaves em 1853.
A História das comunidades rurais quase sempre se fez ao ritmo da igreja e assim as maiores citações aparecem nos livros eclesiásticos. No tecto da Igreja de S. João surge a data de 1131, e alguns historiadores dizem que em 1258 as aldeias de Lebução, Roriz e Paradela tinham uma só igreja e que são dependentes de S. João da Castanheira «et in ipsis villis de Lebusam et de Ruoriz et de Paradela habentur singule ecclesie et sunt sufraganae de ecclesie Castineira.»
Diz o Abade de Baçal que «em 1514 concedeu o papa Leão X a El Rei D. Manuel que se tirassem vinte mil cruzados de renda, nos frutos das Igrejas e Mosteiros de Portugal, para deles se fazerem comendas da Ordem de Cristo reservando-se ainda ao pároco Côngrua sustentação» e na relação das comendas aparece a de S. João Baptista da Castanheira, o que revela a importância que esta paróquia tinha.
Consta que a Castanheira participou activamente nas lutas do pós implantação da República e que por cá andaram os «vermelhos» como se chamava aos combatentes anti-franquistas da guerra civil espanhola, pois as gentes da Castanheira os apoiavam com alimentos e abrigo.
Fonte: http://portugal.veraki.pt
Para mim esta informação acerca da história da nossa aldeia é completamente nova e não sei se não o será para a grande maioria dos Fidalgos!
Daqui podemos tirar várias conclusões:
1º: Se Cimo de Vila é das povoações mais antigas das história por terras flavienses, Paradela também o é, pois tal como se encontra documentado, partilharam a Igreja S. João Baptista.
2º: Parece-me ser bastante provável que a tradição que ainda hoje existe nas duas freguesias seja originária desse período, pois é razoável pensar que os nossos antepassados aquando da construção de um lugar de culto no nosso povo, tenham levado e preservado até hoje esta tradição.
3º: Podemos afirmar com toda a certeza que Paradela já existia entre o período compreendido entre 1131 e 1258...
Apartir de hoje, quando passar pela Igreja de São João Baptista, vou sentí-la um pouco como minha também, sei que há vários séculos já os nossos antepassados prestavam aí o seu culto.


Penso que seria uma excelente promover junto das entidades competentes, nomeadamente as paróquias envolvidas (ou seja Paradela, Cimo de Vila e Roriz), a Diocese de Vila Real e as Juntas de Freguesia uma iniciativa, juntando uma vez por ano na nossa igreja uma missa para que estes factos não morram nos livros de história e para que deste modo os laços que nos unem sejam de novo fortalecidos. É apenas uma ideia, o que acham?
1 comentário:
A excelente postagem é uma lição de história que nos dá a saber muito do passado destas terras do Planalto da Bolideira.
Todavia, o costume de fazer passadeiras de flores deve ser comum a outras aldeias da região pois em Travancas já fotografei passadeiras de flores em 2008, aquando da ida do bispo de Vila Real à terra, para crismar alguns jovens da freguesia.
Um abraço
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