“Eu amo Trás-os-Montes naquele silêncio das florestas e das estradas afastadas que aguardam ora a neve, ora o pavor do Verão. Amo-o ainda mais quando vejo a cor da terra e a sombra dos seus castelos em ruínas, quando suspeito o fundo dos rios, os recantos junto dos açudes e a altura das árvores. E perco-me desse mal de paixão, quando, de longe, Trás-os-Montes se assemelha vagamente a uma terra prometida aos seus filhos mais distantes, ou mais expulsos, ou mais ignorados, ou mais mortos apenas. E amam-se aquelas árvores porque vêm do interior da terra, justamente, sem invocar a sua antiguidade ou a sua grandiosidade. Ama-se o frio, até, o esplendor das geadas sobre os lameiros, o sabor da comida que nunca perdeu a intensidade nem a razão. E amam-se os rios, os areais, os poços das hortas, as cancelas de madeira que vão perdendo a cor, e talvez se amem o fogo das lareiras, os ramos mais altos dos freixos e das cerejeiras, os jardins abonecados das suas cidades, o granito das casas, o cheiro das aldeias onde ao fim da tarde se chama paz ao silêncio e se dá nome de chuva à água do céu.”
Francisco José Viegas

terça-feira, 24 de abril de 2007

Ruinas do Velho Moinho







Da parte de cima do ribeiro da "Cancela" e antes de chegar a "Sambrissimo" bem no meio das árvores, ainda se encontram vestigios / ruinas do antigo moinho do meu saudoso avô Jaime "Moleiro"

2 comentários:

Anónimo disse...

Que lugar idílico!!!
É pena que se refira ao Velho Moínho como sendo ruínas.
Os moinhos de água fazem já parte do património cultural da mui nobre e já desaparecida actividade de moleiro.

Anónimo disse...

Eu ainda conheci o Sr. Jaime, quando em transito para a feira em Chaves, visitava em Outeiro Seco o seu irmão Lépido.De tantos moinhos que antigamente moíam, só em Outeiro Seco havia dois, apenas o de Vila Meâ, no Tâmega, está operacional e curiosamente propriedade de um filho do Sr. Jaime.
Parabéns aos Fidalgos por preservarem as memórias da sua terra. É tempo de a Camara de Chaves olhar para esta temática dos moinhos, requalificando um dos muitos que há em ruinas convertendo-o em museu, para que assim os mais novos possam conhecer o trabalho árduo desta actividade de moleiro uma profissão tão romantica mas praticamente extinta.
Nuno Santos