“Eu amo Trás-os-Montes naquele silêncio das florestas e das estradas afastadas que aguardam ora a neve, ora o pavor do Verão. Amo-o ainda mais quando vejo a cor da terra e a sombra dos seus castelos em ruínas, quando suspeito o fundo dos rios, os recantos junto dos açudes e a altura das árvores. E perco-me desse mal de paixão, quando, de longe, Trás-os-Montes se assemelha vagamente a uma terra prometida aos seus filhos mais distantes, ou mais expulsos, ou mais ignorados, ou mais mortos apenas. E amam-se aquelas árvores porque vêm do interior da terra, justamente, sem invocar a sua antiguidade ou a sua grandiosidade. Ama-se o frio, até, o esplendor das geadas sobre os lameiros, o sabor da comida que nunca perdeu a intensidade nem a razão. E amam-se os rios, os areais, os poços das hortas, as cancelas de madeira que vão perdendo a cor, e talvez se amem o fogo das lareiras, os ramos mais altos dos freixos e das cerejeiras, os jardins abonecados das suas cidades, o granito das casas, o cheiro das aldeias onde ao fim da tarde se chama paz ao silêncio e se dá nome de chuva à água do céu.”
Francisco José Viegas

sábado, 16 de janeiro de 2010


É com alguma pena e nostalgia que vejo esta imagem, da Rua 1º de Maio, nº 27. Esta casa viu nascer, há cerca de quatro décadas, alguns dos fidalgos que colaboram neste blog. Posteriormente foi vendida e, tal como muitas outras na aldeia, não sofreu qualquer intervenção para a sua preservação, culminando neste final...
Lanço daqui um desafio para todos!
- Quem sabe a finalidade do objecto que continua pendurado há mais de três décadas?




2 comentários:

Olho de Lince disse...

É muito triste vermos assim o final destas casas, contudo, foram o berçário de muitos fidalgos...
Além de mais, não nos devemos esqueçer que são estas tipicas casas que retratam bem a ruralidade das aldeias e que por sua vez as embelezam .
Quanto ao objecto, sei que é 1 balde, agora a finalidade será mais dificil acertar.... talvez entrasse água por algum telha quebrada ???

Anónimo disse...

É triste ver as casas acabarem assim, mas nada podemos fazer para mudar isso...
Quanto ao objecto, vejo que há quem não sabe para o que serve.Foi muito útil pois nas casas antigas não havia outro. Era o chuveiro. Enchia-se de água quente e puxava-se a corda para um duche. Já lá vão 30 anos...
Julita Morais