“Eu amo Trás-os-Montes naquele silêncio das florestas e das estradas afastadas que aguardam ora a neve, ora o pavor do Verão. Amo-o ainda mais quando vejo a cor da terra e a sombra dos seus castelos em ruínas, quando suspeito o fundo dos rios, os recantos junto dos açudes e a altura das árvores. E perco-me desse mal de paixão, quando, de longe, Trás-os-Montes se assemelha vagamente a uma terra prometida aos seus filhos mais distantes, ou mais expulsos, ou mais ignorados, ou mais mortos apenas. E amam-se aquelas árvores porque vêm do interior da terra, justamente, sem invocar a sua antiguidade ou a sua grandiosidade. Ama-se o frio, até, o esplendor das geadas sobre os lameiros, o sabor da comida que nunca perdeu a intensidade nem a razão. E amam-se os rios, os areais, os poços das hortas, as cancelas de madeira que vão perdendo a cor, e talvez se amem o fogo das lareiras, os ramos mais altos dos freixos e das cerejeiras, os jardins abonecados das suas cidades, o granito das casas, o cheiro das aldeias onde ao fim da tarde se chama paz ao silêncio e se dá nome de chuva à água do céu.”
Francisco José Viegas

sábado, 1 de janeiro de 2011

Fogueira de Ano Novo


Ainda nos vai vai valendo aqueles que se preocupam em manter acesa a chama quanto à tradição de fazer a fogueira na passagem de Ano . Talvez, a fogueira nem se fizesse se não fosse a boa vontade de dois fidalgos, cujos nomes merecem ser aqui mencionados, o Guilherme e Bruno, que perante o trabalho que tem na apanha da lenha, este ano chovia precisamente só e em cima da lenha amontoada, daí uma grande dificuldade para a acender ! Desta vez o local escolhido foi o largo da bandeira, apesar de que em alguns anos a fogueira ser feita ao santinho a pedido de alguns mordomos, devido às antigas instalações da ordenha, pois serviam de palco de baile se a noite fosse fria e alguns euros que se podiam juntar nas bebidas . Sabemos que desde há muitos anos que o largo da bandeira foi sempre o centro das atenções, o local elegido para a realização de algumas das nossas tradições . Foi montado um pequeno bar improvisado ao lado do tanque, onde se serviam algumas bebidas e aperitivos, e para quem estivesse com um pouco mais de frio ou se aproximava da fogueira ou botaba um pé de dança ao som da aparelhagem . Esperamos que na próxima passagem de Ano a fogueira nos aqueça de novo para não deixar morrer os nossos costumes .
Um bom Ano para todos !

1 comentário:

Anónimo disse...

um bom Ano a todos e ao Paulo Ferreira muitos parabéns por estar sempre presente em todas as tradições para que todos nos possamos ver as coisas bonitas da nossa terra