“Eu amo Trás-os-Montes naquele silêncio das florestas e das estradas afastadas que aguardam ora a neve, ora o pavor do Verão. Amo-o ainda mais quando vejo a cor da terra e a sombra dos seus castelos em ruínas, quando suspeito o fundo dos rios, os recantos junto dos açudes e a altura das árvores. E perco-me desse mal de paixão, quando, de longe, Trás-os-Montes se assemelha vagamente a uma terra prometida aos seus filhos mais distantes, ou mais expulsos, ou mais ignorados, ou mais mortos apenas. E amam-se aquelas árvores porque vêm do interior da terra, justamente, sem invocar a sua antiguidade ou a sua grandiosidade. Ama-se o frio, até, o esplendor das geadas sobre os lameiros, o sabor da comida que nunca perdeu a intensidade nem a razão. E amam-se os rios, os areais, os poços das hortas, as cancelas de madeira que vão perdendo a cor, e talvez se amem o fogo das lareiras, os ramos mais altos dos freixos e das cerejeiras, os jardins abonecados das suas cidades, o granito das casas, o cheiro das aldeias onde ao fim da tarde se chama paz ao silêncio e se dá nome de chuva à água do céu.”
Francisco José Viegas

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Prados semi-naturais


Há uns dias atrás, ao atravessar uns lameiros, veio-me à memória outros tempos em que a água era abundante nestes prados . A força da gravidade é utilizada no tradicional sistema de regadio, onde a água é conduzida por um canal proveniente das nascentes ou cursos de água . A abundância dos pastos e fenos correlaciona-se com a pluviosidade . Ao que tudo indica, este ano, tal abundância será notória, o Inverno tem ido um pouco rigoroso . Os lameiros também os considero de um grande valor paisagístico .

2 comentários:

PEREYRA disse...

Que lindas fotos!

Anónimo disse...

Obrigado pela sua atenção às fotos !