“Eu amo Trás-os-Montes naquele silêncio das florestas e das estradas afastadas que aguardam ora a neve, ora o pavor do Verão. Amo-o ainda mais quando vejo a cor da terra e a sombra dos seus castelos em ruínas, quando suspeito o fundo dos rios, os recantos junto dos açudes e a altura das árvores. E perco-me desse mal de paixão, quando, de longe, Trás-os-Montes se assemelha vagamente a uma terra prometida aos seus filhos mais distantes, ou mais expulsos, ou mais ignorados, ou mais mortos apenas. E amam-se aquelas árvores porque vêm do interior da terra, justamente, sem invocar a sua antiguidade ou a sua grandiosidade. Ama-se o frio, até, o esplendor das geadas sobre os lameiros, o sabor da comida que nunca perdeu a intensidade nem a razão. E amam-se os rios, os areais, os poços das hortas, as cancelas de madeira que vão perdendo a cor, e talvez se amem o fogo das lareiras, os ramos mais altos dos freixos e das cerejeiras, os jardins abonecados das suas cidades, o granito das casas, o cheiro das aldeias onde ao fim da tarde se chama paz ao silêncio e se dá nome de chuva à água do céu.”
Francisco José Viegas

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Fidalgos e o futebol

O campo de futebol da aldeia, também ele conhecido por estádio da moura, já conheceu dias melhores. As manhãs dominicais eram como que obrigatórias para se fazer um bom treino que duraria até horas de almoço. Os jogos que se disputavam com alguma frequência enchiam-nos de orgulho, fosse a equipa adversária de outra aldeia ou casados contra solteiros. Muito raramente, ainda há rapaziada que vai até ao campo mostrar os dotes futebolísticos.
Para ajudar a recordar uma dessas tardes, nada melhor que um vídeo feito pelo sr Rogério, amigo da família do Óscar Santos, de quem ficamos bastante agradecidos.
Estávamos no mês de agosto, nessa tarde o sol abrasador fazia transpirar a duas equipas protagonistas no duelo: solteiros vs casados. Os jogadores que formam a equipa dos solteiros consigo identificá-los a todos, já não digo o mesmo à equipa adversária, identifico apenas 8. O reconhecimento do maior número de fidalgos recai sobretudo pelo jeito, pela forma de jogar e quando alguém pronuncia nomes.
Solteiros: André(guarda-redes); Vitor Pereira; Manuel Pereira(léle); Vitor Agrelo; Vitor Santos; Gilberto; Celestino cunha(Tino); César Cunha; Nuno(filho do Sérgio); Hernâni; Isac; Domingos; Óscar e Guilherme Vilanova.
Casados: Luis do Martins(guarda-redes); Arlindo Varela; João Pereira; Matias Pereira; Carlos Cunha; Gomezindo; Luis (Sto António Monforte) e Albano.
Árbitro: Silvio.
Tardes de glórias das quais, nós fidalgos já temos saudades...

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