“Eu amo Trás-os-Montes naquele silêncio das florestas e das estradas afastadas que aguardam ora a neve, ora o pavor do Verão. Amo-o ainda mais quando vejo a cor da terra e a sombra dos seus castelos em ruínas, quando suspeito o fundo dos rios, os recantos junto dos açudes e a altura das árvores. E perco-me desse mal de paixão, quando, de longe, Trás-os-Montes se assemelha vagamente a uma terra prometida aos seus filhos mais distantes, ou mais expulsos, ou mais ignorados, ou mais mortos apenas. E amam-se aquelas árvores porque vêm do interior da terra, justamente, sem invocar a sua antiguidade ou a sua grandiosidade. Ama-se o frio, até, o esplendor das geadas sobre os lameiros, o sabor da comida que nunca perdeu a intensidade nem a razão. E amam-se os rios, os areais, os poços das hortas, as cancelas de madeira que vão perdendo a cor, e talvez se amem o fogo das lareiras, os ramos mais altos dos freixos e das cerejeiras, os jardins abonecados das suas cidades, o granito das casas, o cheiro das aldeias onde ao fim da tarde se chama paz ao silêncio e se dá nome de chuva à água do céu.”
Francisco José Viegas
Francisco José Viegas
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3 comentários:
eu penso que sei onde são. Não é no bairro do campo? um pouco antes da casa da senhora nãna e do marmeladas? mas confesso que não me lembrava delas e jurava até, se me perguntassem, que não havia disso na nossa aldeia. è sempre bom quando ainda existe halguma coisa para descobrir, e eu acredito que ainda exista muita coisa por descobrir, beijos para todos
Eu não faço mesmo ideia! Estou como a minha irmã! Nem sabia que existia tal coisa!
Eu acho que é quem sai do Bairro do Campo em direcção a Mairos (Balado) virando a esquerda em frente a casa da tia NANA, até usavamos esse trajecto quando se ia apanhar o autocarro ao cruzamento da estrada de Mairos e a estrada da Sra. da Penha para ir para a Escola em Chaves.
Desculpem nao saber o nome da "calhea".
Cesar Cunha
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